Charmat X Champenoise: conheça os processos de elaboração de espumantes


Charmat X Champenoise: conheça os processos de elaboração de espumantes

Se você gosta de saborear bons espumantes ou já observou o rótulo dessas bebidas, já deve ter percebido que o método de elaboração faz a diferença. É comum perceber alguns detalhes nas garrafas, como as expressões “Charmat”, “Champenoise” ou “método” tradicional. Porém, qual é a diferença entre Charmat x Champenoise?

Mudanças nas diversas etapas de produção definem qual é o resultado do espumante, assim como em qual categoria ele se encaixa e como será a sua valorização no mercado. Por isso, quem aprecia a bebida deve conhecer as principais formas de elaboração antes de decidir qual produto comprar.

Continue a leitura e conheça as peculiaridades, características e diferenciais dos principais métodos de elaboração de espumantes: Charmat e Champenoise!

Como funciona o método de elaboração Champenoise?

Em geral, os espumantes são relacionados ao local mais tradicional de produção: Champagne, na França. É nessa região que surgiu o Champenoise — primeiro método de elaboração desse tipo de vinho. De acordo com a história, seu inventor foi Don Pérignon.

A forma tradicional de elaborar champagne ou espumante demanda duas fermentações do vinho base. No entanto, para que o método aconteça de maneira correta e resulte em uma bebida consistente, é importante ter alguns cuidados.

Durante o engarrafamento, o produtor deve adicionar um líquido chamado liqueur de tirage, que tem uma mistura de vinho e açúcares, que pode vir da cana-de-açúcar, da beterraba ou da própria uva. Esse composto deve se transformar em um vinho com 24 gramas de açúcar por litro.

A mistura também tem leveduras selecionadas, que são necessárias para iniciar o segundo processo de fermentação. Depois, a garrafa é fechada com uma tampa de metal. Com isso, começa etapa de formação de bolhas de gás carbônico, conhecidas como o perlage do espumante.

Dica: Espumante: o que é perlage?

O tempo de descanso do espumante varia de acordo com o objetivo de cada produtor e com o tipo de uva utilizada. A fermentação gera resíduos, chamados borras. Como a bebida já está em sua garrafa final, é necessário retirar os resquícios de forma que não permaneça nenhuma levedura.

Para isso, é feito a remuage. Nessa etapa, a garrafa é colocada de cabeça para baixo em cavaletes especiais, chamados pupitres. Todos os dias, elas são giradas 90° sob seu próprio eixo.

O movimento faz com que a borra se desgrude do fundo e das paredes do vidro, depositando-se no gargalo. Esse processo pode demorar até 2 meses. Por fim, o bocal é congelado e a tampa é retirada, fazendo com que a própria pressão expulse os resíduos congelados.

Caso aconteça uma pequena perda de volume, é comum as vinícolas reporem o espumante com o licor de dosagem — uma mistura de açúcar, vinho e dióxido de enxofre. Isso também é usado para determinar o estilo da bebida, além de funcionar como antimicrobiano e antioxidante. A garrafa recebe então sua rolha e está pronta para ser reservada em adega ou comercializada.

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Como funciona o método de elaboração Charmat?

Esse método foi criado em 1895 pelo italiano Federico Martinotti. Por isso, na Itália, é chamado de método Martinotti. Com o passar dos anos, o processo foi melhorado. Com o resultado positivo, foi patenteado novamente pelo francês Eugène Charmat em 1907 e recebeu o sobrenome do seu criador.

Assim como é feito no método clássico, o vinho passa por um segundo processo de fermentação, com o objetivo de reduzir o gás carbônico presente nas perlages. Porém, enquanto no Champenoise isso acontece dentro das garrafas, no Charmat é efetuado dentro de grandes tanques de aço inox, conhecidos como autoclaves. Eles são especialmente desenvolvidos para suportar a pressão da fermentação

Ao final da primeira fase de fermentação, o mosto — que dará origem ao vinho — é transferido para os tanques. Depois de acomodado no novo reservatório, açúcares e leveduras selecionadas são adicionados para que aconteça uma nova fermentação, responsável por liberar o gás carbônico.

Uma das características desse método é que ele permite um melhor controle do nível de gás carbônico liberado e da temperatura. Isso realça as notas frutadas e o frescor do espumante, que normalmente é elaborado com as uvas Lambrusco, Moscato e Glera (casta do Prosecco italiano).

Dica: Um guia para apreciadores de espumantes

Os resíduos sólidos remanescentes (ou seja, as leveduras) são filtrados antes de a bebida ser engarrafada. Outra grande diferença entre os métodos Charmat e Champenoise é o tempo de elaboração.

O Charmat é finalizado em apenas alguns dias, enquanto o Champenoise leva meses para ficar pronto. Assim, o valor final do produto é mais acessível e cabe em todos os bolsos. Isso também permite que sejam produzidos muitos litros de espumante de uma só vez, em um processo industrial.

Como escolher entre Charmat e Champenoise?

Para escolher o espumante ideal, é importante definir a ocasião na qual ele será consumido, além do seu paladar e pratos que serão servidos. Se preferir algo mais tradicional e artesanal, aposte no Champenoise, como o Casa Valduga Espumante Brut 130 Magnum.

Com maturação de 12 meses em carvalho e evolução de 36 meses em cave, o espumante Casa Valduga tem coloração amarelo-palha e fascinantes perlages. O aroma de frutas maduras, como pera e abacaxi, combina perfeitamente com as notas de frutos secos e tostados.

A bebida apresenta excelente cremosidade e volume amplo, com complexidade de sabores proporcionada pelo harmônico assemblage. O retrogosto remete a nuances de pão tostado e frutas secas.

Se desejar algo mais prático e versátil, mas sem perder a sofisticação, sua melhor opção pode ser o Charmat, como os espumantes Ponto Nero. Nas versões Brut e Brut Rosé, combinam com diversas ocasiões. Entre elas, o happy hour com os amigos ao final do dia, o jantar com alguém especial e até mesmo com o almoço de domingo em família.

Ao escolher um espumante, preste atenção principalmente no método de elaboração (Charmat x Champenoise) e na categoria de doçura (nature, brut, seco, demi-sec, doce, entre outras). Também é fundamental dar preferência para marcas renomadas e que elaboram produtos de alta qualidade. Assim, você garante a melhor experiência no momento de degustar a bebida.

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Por
12/11/2019

Enólogo, Sommelier e Embaixador da Marca.


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