Seja amarelo-ouro com tons esverdeados, sejam nuances cor de rosa, poucas são as pessoas que não apreciam um bom espumante. Mas, além da cor, diversos outros fatores marcam as diferenças entre as opções disponíveis no mercado. Talvez a mais conhecida diga respeito ao teor de açúcar.
No entanto, se você é um consumidor atento, já deve ter reparado que, além da cor e do estilo, cada garrafa traz um nome no rótulo. Em alguns, está escrito “Champagne” e em outros “Cava”, por exemplo. E você sabe o que significa essa nomenclatura de espumantes?
Não pense que os termos são sinônimos, nem que eles só indiquem a origem do produto. A verdade é que cada um deles traduz a bebida engarrafada, pois são denominações de origem. Isso quer dizer que para usar o nome Champagne é preciso seguir à risca a legislação que especifica todo o processo de produção — do plantio das uvas à comercialização do espumante.
Assim, por mais que você aprecie Champanhe de marcas diferentes, ele terá características em comum, denotando o terroir da região e os demais elementos necessários para que o espumante leve aquele nome no rótulo. E o mesmo vale para Cava e Prosecco, por exemplo.
Para conferir as particularidades de cada nomenclatura de espumantes, acompanhe o texto!
Champagne
A nomenclatura mais famosa de todos espumantes, é a produzida na região francesa de mesmo nome. Em sua produção, são permitidas apenas três uvas: Chardonnay, responsável pela maior parte dos rótulos, Pinot Noir e Pinot Meunier (usada em pouquíssima escala).
Ele pode ter seis classificações de acordo com o teor de açúcar:
- Doux (acima de 50 g de açúcar/litro);
- Démi-sec (entre 35 g e 50 g de açúcar/litro);
- Sec (entre 17 g e 35 g de açúcar/litro);
- Extra-sec (15 g a 20 g de açúcar/litro);
- Brut (até 15 g de açúcar/litro);
- Extra-brut (até 6 g de açúcar/litro).
Dica: Espumante nature, extra brut, brut, seco, demi-sec e doce: quais as diferenças?
Para ser considerado um Champagne, o espumante precisa ser, obrigatoriamente, vinificado pelo método Champenoise. Também conhecido como método tradicional ou clássico, consiste em realizar a segunda fermentação (aquela que dá origem ao perlage, como são chamadas as bolhas) dentro da garrafa.
Em resumo, é produzido um vinho tranquilo normal e, ao engarrafá-lo, adiciona-se principalmente levedura e açúcar. Assim, a bebida passará novamente pelo processo de fermentação, dando origem ao gás carbônico característico dos espumantes.
No caso dos Champagnes, eles ficam em contato com essa levedura por dois anos no mínimo. Depois desse tempo, os resíduos sólidos são congelados e retirados. É por conta desse período de dois anos que os Champagnes têm um aroma característico de padaria, como fermento e pão.
Cava
A palavra, de origem catalã, significa cave ou adega e simboliza o espumante da Espanha. No entanto, por também ser uma denominação de origem, está vinculada a zonas geográficas autorizadas.
Para que o produto seja intitulado “Cava”, ele deve ser da Catalunha, de Aragão, de Navarra, de Extremadura, de Rioja ou de Valência, sendo a Catalunha responsável por 90% dos rótulos.
Além da região, um Cava deve ser feito com uvas espanholas. As permitidas são as varietais Parrelada, Xare-lo e Macabeo, todas brancas. Para fazer a versão rosé, são aceitas as castas Garnacha e Monastrell. Assim como os Champagnes, as Cavas são vinificadas pelo método Champenoise.
A bebida permanece por pelo menos nove meses em contato com a levedura na garrafa. Para ser considerado reserva, são necessários 15 meses de envelhecimento antes da comercialização. Já os "gran reserva" necessitam de 30 meses de amadurecimento.
Dica: Champenoise: o método tradicional de elaboração de espumante
As Cavas também são classificadas de acordo com o teor de açúcar. As categorias são:
- Brut Nature (até 3 g por litro);
- Extra Brut (até 6 g por litro);
- Brut (até 12 g por litro);
- Extra Seco (entre 12 g e 17 g por litro);
- Seco (entre 17 g e 32 g por litro);
- Semi Seco (entre 32 g e 50 g por litro);
- Dulce (acima de 50 g por litro).
Na boca, as Cavas apresentam paladar mais frutado, devido à incidência solar nas regiões cultivadas. Os aromas vão do herbáceo aos bolos doces com toques de fruta branca madura. Quanto mais maduras, maiores os perfumes de mel, manteiga e frutas secas.
Prosecco
Antes de ser uma nomenclatura de espumantes, Prosecco é uma espécie de uva italiana da região do Vêneto. E, como você deve imaginar, essa é a casta que dá origem à bebida.
Apenas dois distritos italianos produzem a denominação de origem controlada Prosecco: Valdobbiadene e Conegliano. Em outras localidades do Vêneto, a bebida é incluída na categoria indicação geográfica típica.
Em relação aos teores de açúcar, os Proseccos possuem apenas três categorias:
- Brut (com até 12 g por litro);
- Extra Dry (entre 12 g e 16 g por litro, é a versão mais clássica);
- Dry (entre 17 g e 32 g por litro).
Diferentemente das outras nomenclaturas de espumantes já citadas, essa é elaborada pelo método Charmat. Aqui, a segunda fermentação não ocorre na garrafa, mas em tanques pressurizados, as autoclaves.
Ele é um produto varietal (feito com apenas uma uva) e, para evitar a confusão entre a casta e o espumante, hoje os italianos chamam a fruta de glera.
Esta variedade apresenta ótima acidez, e é ideal para os espumantes, dando aos Proseccos aromas de pera e maçã com toques florais — grande característica do produto. A bebida também pode apresentar, aromas de frutas cítricas, notas vegetais e pão.
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Franciacorta
Menos conhecida que as demais, mas não menos emblemática, a nomenclatura Franciacorta se refere a um distrito da Lombardia, famoso por seus espumantes.
Apesar de também ser uma denominação de origem italiana, as uvas usadas são francesas: Chardonnay, Pinot Blanc e Pinot Noir.
Também produzido pelo método Champenoise, o Franciacorta apresenta-se três variações:
- Franciacorta Tradicional: utiliza as variedades Chardonnay e Pinot Noir e passa por 18 meses de envelhecimento;
- Franciacorta Satèn: feita apenas com as uvas brancas;
- Franciacorta Rosé: elaborada com pelo menos 25% de Pinot Noir.
Esse espumante apresenta aromas característicos que rementem à levedura, além de frutas cítricas, melão, maçã e especiarias. Na boca, é fresco, equilibrado, com um toque da mineralidade oriunda do terroir.
Percebeu como a nomenclatura de espumantes dá pistas interessantes sobre a bebida que está na garrafa? Sabendo o que quer dizer cada um dos termos, você será capaz de escolher um estilo que seja o ideal para cada ocasião.
Se ainda não provou todos, não perca mais tempo e sinta na boca as diferenças entre eles!
E que tal conhecer um pouco mais sobre as regiões de onde saem esses espumantes? Comece pela França, conferindo 6 motivos para conhecer a região de Champagne!