Quem começou a degustar vinhos, mas ainda não tem um grande conhecimento sobre a bebida pode se confundir com os diversos termos que atestam a qualidade de um rótulo. Vinho Reservado, Reserva e Gran Reserva, apesar de terem nomes semelhantes, são completamente diferentes, podendo variar, inclusive, de acordo com o país de origem.
O processo de aprendizado requer certa dedicação para não errarmos na escolha no momento da compra. Com este guia simples você será capaz de entender as diferenças entre os termos e descobrir qual bebida se enquadra melhor nas suas necessidades. Confira!
Rioja
Quem gosta da estrutura da uva Cabernet Sauvignon e o sabor frutado da Grenache, também vai adorar a uva Tempranillo — principal cepa utilizada na produção dos vinhos de Rioja. A região localiza-se no nordeste da Espanha e é muito famosa pela sua vitinicultura, e foi uma da precursoras na utilização de termos específicos para designar a qualidade dos vinhos.
Os vinhos da Rioja são divididos em quatro grupos e uma das principais características entre os diferentes estilos é a maturação em barricas de carvalho. Basicamente, quanto mais tempo nesses barris, maior o nível de qualidade, porém, todos merecem ser degustados, pois como já falamos aqui no blog: qualidade é algo muito pessoal e subjetivo.
Dessa forma, podemos dividir esses vinhos em:
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Rioja Jovem: vinhos que não estagiam em barris de carvalho ou que passam um período inferior a um ano, mantendo seu sabor frutado primário;
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Rioja Crianza: passa, pelo menos, um ano em barris e alguns meses na garrafa. Para os vinhos brancos, o período mínimo de envelhecimento no barril é de 6 meses;
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Rioja Reserva: são vinhos selecionados das melhores safras, envelhecidos por no mínimo 3 anos, com pelo menos 1 ano em barris. Para os vinhos brancos, o período mínimo de envelhecimento é de 2 anos, com pelo menos 6 meses no carvalho;
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Rioja Gran Reserva: também são selecionados, passando pelo menos 2 anos em barris de carvalho e 3 anos na garrafa. Para os vinhos brancos, o período mínimo de envelhecimento é de 4 anos, com, pelo menos, 1 ano em barris.
Dica: Tipos de uvas: tudo o que você precisa saber
Vinho reservado
Existem críticas sobre o uso do termo ''reservado'' nos rótulos de vinhos. Geralmente, faz menção às bebidas mais simples, preparadas em maior escala e comumente é utilizado em rótulos de entrada.
Porém, pela semelhança com os demais termos, alguns leigos podem acreditar que se trata de um vinho mais elaborado. Mesmo assim, as bebidas que ganham o termo reservado são de boa qualidade e possuem preços acessíveis. Além disso, são frutadas e fáceis de beber, tornando-se uma excelente escolha para um jantar descontraído com amigos, por exemplo.
Crianza
O termo não tem relação com a jovialidade do vinho e não está relacionado a palavra criança. Este conceito é referente ao tempo de maturação da bebida e o minucioso cuidado para com os processos de elaboração. Sua principal característica é o sabor intenso e boa complexidade de aromas.
Na Espanha, para que um vinho tinto seja classificado como crianza é preciso que ele passe por, pelo menos, 2 anos de envelhecimento. Desse tempo, 6 meses deve ser em barris de carvalho, e o tempo restante em garrafas.
Os vinhos brancos e rosés precisam de 6 meses em barris e mais 1 ano em garrafas para entrarem nessa classificação. Geralmente, os do tipo crianza estão disponíveis para comercialização apenas no terceiro ano após o início da sua elaboração.
Esses vinhos têm, se comparados aos mais jovens, etapas mais refinadas ao longo do processo — o que reflete no seu sabor. O tempo de armazenamento e o contato com o barril de carvalho proporciona características únicas à bebida.
Reserva e Gran Reserva
Quando falamos dessas classificações de vinho, geralmente encontraremos produtos com qualidade elevada. De qualquer forma, devemos ficar atentos, pois cada país tem uma legislação diferente para classificar suas bebidas nesses padrões de qualidade.
Dica: Avaliação de vinhos: você sabe o que é a escala Robert Parker?
Novo Mundo
A maioria das regiões produtoras de vinho inseridas na América, Oceania e África do Sul não têm uma legislação específica para entrar nessa classificação. Isso faz com que cada produtor utilize critérios próprios, resultando em bebidas totalmente diferentes em vinícolas de uma mesma região, por exemplo.
No entanto, há um bom senso nessa classificação, geralmente os vinhos reserva são feitos a partir de uvas selecionadas e passam certo período em barricas de carvalho. Da mesma forma, o Gran Reserva costuma ser o melhor vinho produzido pela vinícola, com as melhores frutas e envelhecido por mais tempo.
Velho Mundo
Quando os rótulos vêm da Europa, a legislação pode ficar um pouquinho complicada, pois cada país permite o uso da palavra reserva de acordo com critérios diferentes. Em alguns casos, as normas podem variar até mesmo dentro de um país.
De maneira geral, vejamos::
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Na Espanha, um vinho reserva descansa no mínimo 3 anos, sendo 1 deles em barril de madeira. Para ser Gran reserva, 5 anos de descanso, 2 em barril;
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Na Itália, em Piemonte, um vinho só ganha a classificação Riserva se descansar por 5 anos, 3 deles na barrica de carvalho. Já na Toscana, os critérios são: o descanso por 27 meses e um grau alcoólico de pelo menos 12,5%;
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Portugal e França não possuem legislação nesse sentido, mas os conselhos regionais de cada país costumam ser criteriosos em regulamentar a classificação em seus rótulos.
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Uma escala: para não errar nunca
Lembrar todos esses detalhes ao fazer sua compra pode ser difícil, por isso, tenha em mente a ordem dos vinhos — com o último sendo o de maior complexidade em sua elaboração:
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Edição limitada.
Classificação dos vinhos e preço da garrafa
A classificação do produto e alguns outros fatores influenciam no valor final da garrafa. Vinhos produzidos em grande quantidade e sem passagem por barris, por exemplo, tendem a ser mais acessíveis. Entenda melhor quais são alguns dos aspectos que têm relação com o preço da garrafa.
Matéria-prima
Quanto maior a raridade, a qualidade e a complexidade de cultivo das uvas, geralmente é maior o custo final do produto.
Outros fatores importantes que interferem tanto na apresentação do produto quanto no seu preço são os materiais, como o tipo de vidro da garrafa, a rolha, os rótulos etc.
Demanda
Alguns vinhos são elaborados em pequenas quantidades e, quando a procura por esses rótulos é grande, seu valor tende a ser maior. Escassez causada por fatos históricos ou naturais também podem ocorrer.
Uma infestação de pragas, por exemplo, pode acabar com plantações e diminuir o número de uvas colhidas, fazendo cair o total de vinhos produzidos e aumentando os preços.
Método de Elaboração
Vinhos mais baratos são produzidos em grandes tanques de fermentação e em larga escala. Contudo, vinhos mais exclusivos com uma tiragem menor, acarretam em custo mais elevados, considerando principalmente a natureza da matéria-prima e os investimentos e melhores, barricas, rolhas e garrafas, não esquecendo de mencionar o tempo de elaboração, que pode se estender por anos.
Dica: Elaboração do vinho: como acontece a fermentação da uva?
Outros características importantes
Existem diversos termos que influenciam na qualidade de um vinho. Por isso, é importante conhecê-los para fazer uma boa escolha. Para facilitar, selecionamos os principais. Confira!
Acidez
A acidez é essencial para manter o equilíbrio do vinho, mas não deve estar presente em excesso. Ela ainda permite identificar o frescor e o sabor da bebida e contribui para a sua conservação e envelhecimento.
O excesso pode reduzir a qualidade do vinho, desequilibrando o produto. Entretanto, vinhos pouco ácidos podem ser pesados e desinteressantes. O ideal é um equilíbrio entre o teor alcoólico e o nível de acidez.
Safra
Esse termo indica o ano em que as uvas foram colhidas, indicando a idade do produto. Grandes safras, são determinadas pelas características climáticas daquele ano, e geralmente quanto mais estável for o clima, principalmente em relação às chuvas, melhor será a uva colhida, e consequentemente o vinho. Se a data da safra não estiver presente no rótulo significa que a bebida foi elaborada com safras diferentes.
Álcool
O álcool é uma substância produzida pela ação das leveduras durante a fermentação do açúcar da uva. Ele é o composto responsável pelo suporte de todos os sabores e aromas do vinho, além de interferir na estrutura e corpo da bebida.
Algumas pessoas consideram a suavidade (não em relação ao açúcar, mas sim a textura do líquido) do vinho como o aspecto mais importante na degustação. Ela acontece, em grande parte, pela graduação alcoólica.
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Variedade da uva
Essa informação indica o tipo, aroma e sabor do vinho, além de expressar a casta (ou castas) escolhida para compor o vinho. A variedade da uva tem influência direta no estilo final da bebida, na sua qualidade e tipicidade.
Corpo
O corpo é a forma como a textura da bebida age no momento da degustação. Vinhos mais encorpados são mais aveludados e dão uma maior sensação de maior densidade. Seu sabor tende a ser mais persistente e permanecer por mais tempo no paladar. Já os mais leves são menos densos e têm um menor teor alcoólico, sendo, em geral, menos concentrados.
De qualquer forma, não se deixe levar apenas pela classificação. Antes de adquirir uma garrafa para colecionar, procure degustar a bebida, para ter certeza de que ela agrada seu paladar. Além disso, leve em conta que vale a pena desvendar a variedade de sabores.
Depois deste post, você não vai mais errar ao selecionar seus vinhos. Se você gostou, pode assinar a nossa newsletter para receber mais dicas e aprimorar ainda mais o seu conhecimento sobre essa nobre bebida!