Afinal, o que são os vinhos vulcânicos?


Afinal, o que são os vinhos vulcânicos?

Quem é apreciador de vinhos sabe o quanto as condições climáticas, geográficas e topográficas possuem uma influência considerável na qualidade, sabor e aroma da bebida, certo? Afinal, são essas características, unidas aos processos de produção, que dão a cada vinho exclusividade e personalidade.

E quando se trata dos chamados vinhos vulcânicos, essa premissa não poderia ser mais verdadeira. Muito provavelmente você já leu a expressão "cultivado em solos vulcânicos" impressa no rótulo de alguns vinhos, não é mesmo?

Mas por que produtores e vinícolas escolheriam regiões próximas a vulcões para cultivar vinhas? Qual a influência e características desses locais que os tornam tão especiais e interessantes para a viticultura?

Se você está se fazendo essas perguntas agora mesmo, não deixe de acompanhar o post de hoje e fique, de uma vez por todas, por dentro do maravilhoso mundo dos vinhos vulcânicos. Vamos lá?

O que são vinhos vulcânicos e por que têm esse nome?

Como já é de se imaginar, vinhos vulcânicos são aqueles produzidos com uvas cultivadas em solos também chamados vulcânicos, encontrados nas cercanias de vulcões ativos, adormecidos ou extintos.

As características desse tipo de solo são únicas na natureza, e por mais que pareça um mero detalhe, quando se trata de agricultura, os componentes e minerais presentes no solo possuem uma influência extremamente significativa na qualidade das espécies vegetais nele cultivadas.

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Como o solo vulcânico afeta o produto final?

Mesmo que você não viva próximo a um vulcão, provavelmente já observou em filmes ou documentários a imensa quantidade de materiais expelidos de dentro deles durante uma erupção, certo? Além da lava, que nada mais é do que rocha derretida proveniente do centro da Terra, há também a liberação de muitas cinzas.

Obviamente, vulcões ativos e com risco de erupção eminente representam um grande risco, sendo capazes de arrasar absolutamente tudo o que está ao seu redor. Em função das altíssimas temperaturas da lava expelida, ela possui o poder de matar todo o ser vivo que encontra pela frente. As cinzas, por sua vez, matam por sufocamento quando aspiradas e, dependendo da quantidade, podem bloquear a passagem da luz solar, impedindo que as plantas realizem fotossíntese.

Por outro lado, a atividade agrícola realizada em regiões próximas a vulcões extintos e adormecidos apresenta inúmeras vantagens. Isso porque, a longo prazo, a deposição de cinzas no solo o torna mais fofo, macio e fácil de arar. Além disso, as cinzas são compostas por uma mescla diversa de minerais e nutrientes, que se fundem ao solo tornando-o mais rico e fértil.

Do mesmo modo, a lava também agrega características positivas aos solos vulcânicos. Especialmente quando são compostas de basalto ou calcário, a lava expelida e endurecida após a erupção vai liberando minerais essenciais ao solo de maneira lenta, gradual e contínua.

O resultado de tudo isso é um solo riquíssimo em compostos essenciais ao bom crescimento de plantas, como potássio, magnésio, ferro e sódio. Se o clima da região for o ideal para o cultivo de vinhas, com bom índice pluviométrico e insolação ideal, é possível cultivar uvas de altíssima qualidade, sabor e aroma, o que dá aos vinhos vulcânicos um toque único e especial.

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Quais são as regiões onde os vinhos vulcânicos são produzidos?

São muitas as regiões do mundo próximas a vulcões extintos conhecidas pela produção de excelentes vinhos vulcânicos. Confira abaixo algumas delas:

  • Leste da Sicília, Itália: região próxima ao vulcão Etna, ainda ativo. Conhecida pela produção de uvas tintas das variedades Nerello Capuccio e Nerello Mascalese.

  • Campania, Itália: nas cercanias de Nápoles, também na Itália, encontra-se o vulcão Vesúvio. Ali, são cultivadas vinhas desde antes do nascimento de Cristo.

  • Tokaj, Hungria: situada ao nordeste do país, a região de Tokaj teve intensa atividade vulcânica no passado. O resultado é um solo riquíssimo em minerais, onde é produzido o vinho Tokaj, um dos mais famosos do mundo, reconhecido por seu sabor e longevidade únicos. Não é à toa que o rei Luís XV batizou os vinhos da região como "o rei dos vinhos ou o vinho dos reis".

  • Ilha Norte, Nova Zelândia: nessa região da Oceania, a combinação de solos vulcânicos, chuva abundante, verões quentes e invernos bastante suaves resulta em colheitas extremamente abundantes e vinhos de sabores incríveis.

  • Lanzarote, Ilhas Canárias: a ilha de Lanzarote, uma das que compõe o arquipélago de Canárias, território pertencente à Espanha, também é conhecida pela produção de vinhos vulcânicos. O vulcão Teíde cobriu de lava um terço da ilha após uma erupção. Hoje em dia, a região é conhecida pela produção de vinhos doces elaborados com uvas do tipo Malvasia.

Quais as principais características desse tipo de vinho?

Na verdade, os vinhos vulcânicos podem ser bastante distintos entre si quando se trata de texturas, aromas e sabores. Isso porque os tipos de minerais acumulados variam de uma região à outra, bem como o clima e o regime de chuvas. Todos estes fatores, em conjunto, é que dão às uvas e, consequentemente ao vinho, características exclusivas.

Sendo assim, não se pode classificar os vinhos vulcânicos como se fossem iguais. Apesar de todos terem um toque "mineral" em suas composições, a quantidade de cada componente faz diferença. Na região de Soave, na Itália, por exemplo, o solo possui mais argila do que a maioria dos demais solos vulcânicos, o que confere aos vinhos brancos produzidos nele estrutura e longevidade.

Para os apaixonados por vinho branco, na região da Campania, temos como excelente exemplar, o Fiano di Avellino DOCG da vinícola Feudi di San Gregorio. Com aroma intenso e marcante, releva nuances delicadas do mediterrâneo. Um vinho de grande complexidade e elegância que harmoniza com frutos do mar e peixes.

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Outra opção da Feudi di San Gregorio, é o tinto Taurasi DOCG. Em Taurasi, a uva Aglianico encontra a sua terra ideal -  vulcânica - dando vida a um vinho cheio e equilibrado. 

Outro exemplo é o do raríssimo vinho Rosé Vulcânico, produzido na ilha de Açores. Extremamente seco e com forte aroma de morangos selvagens, ele se assemelha em sabor a vinhos brancos. E assim é com os demais vinhos vulcânicos produzidos pelo mundo. Cada um trazendo a marca da estrutura de solo onde as uvas foram cultivadas.

Levando isso em consideração, podemos dizer que cada vinho vulcânico é único e exclusivo, o que os torna ainda mais interessantes, não é mesmo? Agora, o que resta é prová-los.

Você gostou de saber tudo sobre os vinhos vulcânicos e seus sabores incomparáveis? Então que tal compartilhar esse conteúdo em suas redes sociais? Assim, você contribui para que mais pessoas interessadas no fascinante mundo dos vinhos tenham acesso a essas informações!




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08/03/2018


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