Identifique diferentes características do vinho


Identifique diferentes características do vinho

Você já deve ter reparado que as pessoas mais experientes na degustação de vinhos seguem uma série de etapas para avaliar a bebida, não é mesmo? Isso acontece porque, para realmente apreciar o exemplar, é necessário conseguir identificar suas principais características

Para isso, você precisa aprender a deixar seus sentidos mais aguçados, a fim de identificar e saborear as qualidades contidas em cada taça. É verdade que cada pessoa tem seu paladar e preferências, mas algumas noções básicas podem ajudar qualquer um a se aproximar e a desvendar os mistérios dessa bebida milenar

Criamos este conteúdo para ajudar você a desenvolver e usar cada um dos seus sentidos na hora de apreciar vinhos. Preparado? Então vamos lá!

Como iniciar o processo de degustação? 

A maioria dos novatos nesse processo tende a achar que experimentar vinhos é uma tarefa um tanto séria. Porém, você deve ter em mente que degustar não precisa ser algo inclinado ao lado profissional, mas pode apenas ter a finalidade de saber identificar um bom vinho e se divertir. 

Beber é diferente de degustar. No primeiro caso, basta transferir o líquido para a boca e depois para o estômago. Degustar significa envolver o cérebro e o coração no meio desse caminho — é ter concentração, memória, imaginação, experiência e paixão pela bebida. 

Sendo assim, o primeiro passo para saber apreciar vinhos é estudar as características das uvas e sempre ler os rótulos das garrafas. Dessa maneira você pode conhecer mais sobre variedadesterroir, processos de fermentação e métodos de amadurecimento.

Além disso, quem está começando nessa arte deve treinar também a memória para aguçar estes sentidos. Logo, é preciso provar — é essa experiência prática que vai trazer a você bases de comparação. Comece provando vinhos de diferentes países, uvas e tempos de envelhecimento, identificando e memorizando as peculiaridades de cada um.

Uma dica interessante é observar o rótulo e contra-rótulo do vinho, fazendo com que suas características sejam mais facilmente percebidas, pois a maior parte dos vinhos apresentam descrições sensoriais nos próprios rótulos. Essas informações também podem ser utilizadas para comparar o que está descrito com o que realmente se sente ao degustar a bebida. Dessa maneira você vai formando o seu acervo pessoal e aprimorando seus sentidos.

Dica: Quero ter uma coleção de vinhos: por onde começar?

Como os sentidos são utilizados para apreciar vinhos? 

1. Visão

A visão é o primeiro dos sentidos requeridos para avaliar vinhos. A cor de um vinho diz muito sobre ele. Em relação aos vinhos tintos, ao longo do tempo a coloração vai migrando de vermelho violáceo (roxo) para rubi (vermelho), logo passando para granada (marrom) até chegar em alaranjado. Normalmente, quanto mais escura, mais encorpado e mais tânico é o exemplar. Quanto mais viva, mais ácido e jovem. Quanto mais pálida, menos ácido e mais velho. 

Nos brancos, os mais jovens tendem a ter a tonalidade mais esverdeada. Com o passar do tempo, a coloração passa ao amarelado e ao dourado. Os vinhos brancos ficam mais escuros ao amadurecer, por isso exemplares escuros demais podem indicar algum defeito. 

Não podemos esquecer de um estilo cada vez mais procurado: os rosés. A coloração do vinho rosé varia desde os mais claros, remetendo ao rosa pêssego até os mais intensos, lembrando a coloração de salmão ou cereja. Atualmente os rosés apresentam uma tendência à colorações mais claras e delicadas, sendo indicado o consumo ainda jovem

2. Olfato

O olfato, um dos mais importantes sentidos da prova, entra em ação quando o degustador gira o líquido levemente dentro da taça, fazendo com que interaja com o oxigênio e libere seus aromas.

Pode até parecer uma ação que só especialistas no assunto reproduzem, mas segurar a taça pela haste ou pela base é essencial para degustar um vinho corretamente — isso porque segurá-la pelo bojo pode esquentar a bebida com o calor das mãos e interferir na sua prova.

Em seguida, deve-se apresentar o vinho ao olfato, inclinando a taça e aproximando-a das narinas (de preferência de maneira alternada, a fim de utilizar a sensibilidade desse sentido por inteiro). 

É importante notar que o ser humano tem a habilidade de identificar aromas por meio do olfato de maneira muito mais apurada do que do paladar. Sendo o vinho uma das bebidas mais complexas da gastronomia, essa etapa se torna indispensável. 

Os aromas identificados em um exemplar podem ser: 

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3. Paladar e tato

A última etapa da degustação se dá na prova de fato da bebida. Essa é a hora de confirmar tudo que os outros dois sentidos identificaram. Enquanto o olfato proporciona um número quase infinito de aromas, no paladar deve-se identificar todos os 5 aspectos do sabor da bebida:

  1. Doce: evidenciada na ponta da língua, vem dos açúcares e álcoois presentes no vinho.
  2. Ácido: percebida nas laterais da língua pela salivação provocada— quanto maior a salivação, mais ácido é o vinho — e vem dos ácidos tartárico, málico, lático e cítrico.
  3. Amargo: sentido perto da garganta, normalmente após engolir. Dica importante: muitas pessoas confundem falta ou baixa quantidade de açúcares com sabor amargo. Amargor geralmente não é percebido em vinhos, mas pode ser transferidos por taninos da semente da uva.
  4. Salgado: verificado na parte superior da língua, vem dos sais minerais presentes no solo em que a videira se desenvolveu.
  5. Umami: palavra do japonês que significa "saboroso" ou "delicioso", o gosto é percebido em toda a cavidade bucal e vem do glutamato monossódico. 

Algo importante são as sensações táteis que o vinho nos proporciona, permitindo que o degustador note sua consistência, textura e corpo — podendo ser leve, médio ou encorpado. Ainda devem ser sentidos a fluidez, aspereza, maciez, temperatura (quanto mais alcoólico o vinho, mais será a sensação de calor), a adstringência e a tanicidade. 

Também é preciso notar o chamado final de boca, que é o tempo que o gosto do exemplar permanece após ser engolido. Pode ser classificado como final curto, médio e longo. Nessa etapa é possível sentir novos sabores não identificados anteriormente.

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O que é preciso para degustar, afinal? 

Nada de muitos exemplares, diversos tipos de taças ou baldes para cuspir o vinho (prática necessária em degustações profissionais). Para começar, você precisa apenas de um rótulo da sua escolha, uma taça e um papel, onde você fará anotações para comparar com as informações do rótulo e para referência de provas futuras.  

Você ainda pode aproveitar esse momento de degustação para harmonizar a sua escolha com um belo jantar. Assim, sua experiência pode ser ainda mais rica e especial. 

De início, apreciar vinhos pode até parecer uma coisa complicada. Mas, na realidade, seguir aos poucos os passos que trouxemos aqui farão de você um conhecedor e degustador da bebida de Baco. No fim das contas, o mais importante de todo esse processo é abrir uma garrafa por prazer e aproveitar essa deliciosa bebida em uma boa companhia! 

E você, gostou deste conteúdo? Então confira como evitar os 14 principais erros que iniciantes cometem ao se aventurar no mundo dos vinhos




Por
29/05/2018

Enólogo, Sommelier e Embaixador da Marca.


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