É muito comum nos sentirmos perdidos ao escolher um vinho. São tantas opções e informações contidas nos rótulos que nem sempre é fácil encontrar a bebida ideal para o nosso paladar ou para a harmonização perfeita. Entre as classificações existentes, existe a que considera a quantidade de açúcar, como é o caso do vinho meio seco.
Cada país tem uma classificação específica para cada estilo da bebida, por isso, todos os vinhos merecem ser degustados, para que posteriormente possamos determinar sua qualidade. No Brasil, a lei nº 7.678, de 8 de novembro de 1988, regulamenta a produção de vinhos no país, e em 20 de fevereiro de 2014 ela sofreu um acréscimo com o decreto nº 8.198, que definiu uma nova classificação para o vinho meio seco.
Para saber mais sobre esse tipo de vinho e suas características, continue a leitura!
O que é o vinho meio seco e quais são as suas principais características?
O vinho meio seco apresenta elevado teor de açúcar residual — tanto da própria uva quanto externo. Pela legislação brasileira, esse valor deve estar entre 4 e 25 gramas por litro da bebida. Um exemplar desse estilo, em geral, é mais frutado, lembrando principalmente frutas maduras, e vale ressaltar que exitem ótimos exemplares nessa categoria. No caso dos vinhos espumantes, a limiar de açúcares fica entre 20,1 a 60 g/L.
Como a legislação permite valores muito amplos de doçura para a classificação meio seco, é possível encontrar desde vinhos com dulçor praticamente imperceptível, aos levemente doces ou, até mesmo, muito adocicados. Afinal, um rótulo com 4 g/L de açúcar pode ser seco ao paladar, enquanto outro que se aproxime do valor máximo, 25 g/L, será nitidamente adocicado.
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Em geral, o açúcar presente nessas bebidas é proveniente da matéria-prima do vinho, ou seja, da própria uva (frutose e glicose), que fornece uma doçura natural. Entretanto, neste estilo de bebida é permitido a adição de açúcar exógeno, como a sacarose da cana-de-açúcar.
De maneira geral, regiões com verões extremamente quentes e uvas colhidas com elevado grau de maturação podem apresentar significativa concentração de açúcares residuais. Exemplo disso são alguns vinhos tintos do sul da Itália e Califórnia, que embora possam ter uma delicada presença de açúcar no paladar, são indiscutivelmente saborosos.
Como previsto em lei, quando o açúcar se faz presente, o vinho tende a ser mais agradável ao paladar, principalmente para os iniciantes na bela jornada em busca do vinho perfeito.
Qual é o papel do açúcar na qualidade do vinho?
Para os novos consumidores de vinhos, há uma tendência de que as bebidas mais adocicadas sejam preferidas. Esse aspecto não tange somente os vinhos, mas cafés, cervejas, drinks, entre outras diversas opções.
Ao iniciarmos o consumo de algumas bebidas, a ausência do açúcar acaba sendo muito impactante, ocasionando na repulsa que diversas pessoas tem em relação ao vinho seco. Mas com determinação e sede de conhecimento podemos potencializar nosso paladar e nos acostumar com a baixa presença do açúcar, ou até mesmo sua ausência.
O acúmulo de açúcares nas uvas acontece pelo processo de fotossíntese, no qual as plantas clorofiladas utilizam dióxido de carbono e água para obter glicose através da energia da luz. Sendo assim, quanto mais tempo a videira no período de maturação ficar exposta ao sol, maior será a concentração de açúcares final, culminando em vinhos geralmente mais alcoólicos, pois este mesmo açúcar servirá de alimento para as leveduras (fungos que transformam o açúcar em álcool e CO2).
No aspecto sensorial, o açúcar auxilia no equilíbrio da acidez presente no vinho e fornece redondez a bebida de Baco. Por isso, vinhos meio secos proporcionam delicadeza e maciez ao paladar. Estes produtos também são conhecidos por agradar o maior número de pessoas, pois é facilmente degustável para os que preferem bebidas secas e também os adoradores das adocicadas.
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Quais são os tipos de uvas usadas na elaboração destes vinhos?
Grande parte dos vinhos disponíveis no mercado são elaborados com uvas da espécie Vitis vinifera, também conhecidas como uvas finas ou uvas europeias. Elas são consideradas as mais adequadas para a vinificação.
Essas frutas têm grãos menores, casca mais grossa e maior complexidade aromática. Além disso, são espécies mais delicadas e exigem um maior cuidado durante o cultivo, pois não se adaptam a qualquer solo ou clima. Devido às suas características, são ideais para a elaboração de vinhos de qualidade, sejam eles secos, meio secos, ou até mesmo suaves.
Alguns exemplos de uvas viníferas são a Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Chardonnay. Atualmente, são conhecidas milhares de variedades dessa espécie, que vêm sendo estudadas ao longo dos anos, dando origem aos vinhos mais conhecidos do mundo.
Por outro lado, existe a espécie Vitis labrusca, sendo muitas vezes denominadas uvas de mesa, comuns ou americanas. Elas são mais indicadas para o consumo in natura e para a produção de sucos. Contudo, ainda é muito frequente sua utilização para a elaboração de vinhos, mas que não são intitulados como finos.
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Quais são as diferenças entre os tipos de vinhos existentes?
A característica central que define a diferença entre os vinhos suaves, meio secos e secos é a doçura. Junto ao tipo de uva, esses dois fatores são os responsáveis por determinar os aspectos mais importantes sobre as características da bebida.
Os vinhos suaves têm sabor adocicado nítido e intenso. De acordo com a legislação brasileira, eles devem ter mais de 25 gramas de açúcar residual por litro. Os secos, por sua vez, apresentam doçura sutil, quase imperceptível. Para essa classificação, a legislação admite até 4 gramas por litro — ou seja, eles são, pelo menos, 6 vezes menos doces que os suaves.
Conhecer as características do vinho meio seco e suas possibilidades é importante para saber em qual bebida investir. Assim, você amplia os seus conhecimentos e pode degustar um bom vinho que se adapta ao seu paladar, deixando o preconceito de lado e extraindo o melhor que o vinho pode nos oferecer.
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