Petit Verdot: conheça as particularidades desta casta francesa


Petit Verdot: conheça as particularidades desta casta francesa

Embora seja raro encontrá-la em vinhos varietais, a Petit Verdot é bastante familiar para quem aprecia grandes vinhos de corte. Isso porque a clássica casta francesa é uma das seis variedades tintas permitidas nos vinhos resultantes da incomparável região de Bordeaux.

E mesmo que você não tenha percebido as chances de ter consumido algum exemplar elaborado com ela são grandes, principalmente se falarmos de vinhos franceses. Quer saber sobre a história e tudo que envolve essa casta tão interessante? Então, continue a leitura e confira!

Petit Verdot: a princesa incompreendida

Como citado anteriormente, a Petit Verdot é originária da maior região produtora francesa, Bordeaux, sendo cultivada desde o período romano. Curiosamente, esta região é bastante desafiadora para o cultivo da Petit Verdot, pois a uva em questão possui um ciclo de maturação tardio, ou seja, necessita de maior insolação no final do ciclo para que seja colhida no ponto ideal. A grande questão é que em safras mais chuvosas e não muito quentes, a tendência é que os vinhos de Petit Verdot sejam mais agressivos, contudo, em safras adequadas o contexto muda e grandes vinhos são originados. 

Por outro lado, a uva se deu muito bem em países mais quentes e secos, como Argentina, Chile, Estados Unidos (Califórnia), Itália (Sul), África do Sul e a Espanha, que elaboram vinhos excelentes devido às condições climáticas. 

Na Sicília, ilha localizada ao sul da Itália, por exemplo, a casta é responsável por vinhos tintos surpreendentes. A maior parte dos vinhedos estão localizados perto do vulcão Etna, proporcionando condições favoráveis para o cultivo da, muitas vezes incompreendida, Petit Verdot.

Dica: Petit Verdot: conheça essa robusta uva francesa

Seu nome significa, literalmente, “pequeno verde”, fazendo referência aos cachos pequenos e também pela presença de uvas de coloração verde misturadas às roxas. Lembrando que este fato acontece quando os frutos são colhidos antes da maturação perfeita. 

Uma de suas características mais marcantes é a alta produtividade, fazendo com que o viticultor tenha mais atenção para não sobrecarregar a planta e inviabilizar a maturação dos frutos. 

Os vinhos elaborados com Petit Verdot

Os vinhos originados a partir da Petit Verdot são muito particulares. Sua casca grossa fornece uma coloração intensa à bebida, além da marcante presença dos taninos e da acidez acentuada, conferindo certo frescor e longevidade aos produtos. 

Em relação ao perfil aromático, as notas de frutas negras maduras são predominantes, sendo acompanhadas dos delicados aromas florais. Além disso, outras nuances podem ser percebidas, como azeitonas, pimenta-do-reino e especiarias doces, como cravo-da-índia e noz-moscada.

Por conta da robustez da uva, ela é muito utilizada em vinhos de corte, para que em conjunto com outras uvas encontre o equilíbrio perfeito entre a robustez e a elegância.

Porém, quando o trabalho no vinhedo é bem feito, respeitando as singularidades da cepa e o enólogo sabe domar os taninos através de técnicas de vinificação, os vinhos varietais podem ser muito agradáveis. Se aliado a isso o terroir em que as vinhas são cultivadas for mais quente no verão todo o processo se tornará simplificado, possibilitando que a Petit Verdot seja a grande protagonista. 

A harmonização

Tão importante quanto à escolha dos rótulos é saber harmonizá-los para ter uma experiência ainda mais interessante. Mesmo que a Petit Verdot seja habitualmente utilizada em vinhos de corte, ela acrescenta taninos marcantes e acidez ao produto final, o que combina perfeitamente com alimentos mais suculentos e gordurosos. 

Sabe aquela saborosa costela suína? Ou mesmo uma bela picanha com uma generosa capa de gordura? Então, são companhias perfeitas para vinhos a base de Petit Verdot. Nesse caso, é sempre bom ficar atento ao sal, pois seu excesso pode "brigar" com os taninos do vinho

Outras sugestões interessantes são carnes de vitelo e cordeiro, além de queijos duros, como grana padano, pecorino e gouda defumado. E que tal combinar com hambúrgueres artesanais? Aposte nos feitos com carnes defumadas e sejam guarnecidos de molhos cremosos e não muito picantes

Para quem não consome alimentos de origem animal, também existem boas opções de pratos para combinar com a Petit Verdot. Os cogumelos portobello, shitake e trufas negras vão muito bem com os vinhos elaborados com a casta. Já nos vegetais, as receitas com abóbora e caponata de berinjela e nozes ganham destaque.

Confira o guia completo sobre os principais tipos de uvas utilizados para a produção de vinhos ao redor do mundo.

Conheça os principais tipos de uvas usados na produção de vinhos

As sugestões de rótulos

Bom, agora que você já sabe mais um pouco sobre a Petit Verdot, que tal conhecer alguns rótulos que a Domno Wines traz para o Brasil? A seguir, veja uma lista de vinhos surpreendentes entre varietais e cortes.

De Grendel Rubaiyat

Um dos tintos ícones elaborados na pitoresca África do Sul, mais especificadamente próximo a Tygerber, região conhecida pelos vinhos elegantes e longevos. O exemplar é composto por 2% de Cabernet Franc, 15% de Merlot, 72% de Cabernet Sauvignon e 11% de Petit Verdot.

O clássico e poético Rubaiyat matura por 18 meses em barricas de carvalho francês de primeiro uso, proporcionando ao vinho muita estrutura, intensidade e persistência. Com certeza é um dos vinhos que não podemos passar por este mundo sem conhecer. E se quiser harmonizar, inspire-se na culinária francesa e aposte no Boeuf Bourguignon.

De Grendel Rubaiyat
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Carduni Petit Verdot Sicília IGT

Lembra que falamos que a Sicília produz excelentes vinhos varietais de Petit Verdot? Então, aqui temos um exemplo que justifica o que foi citado. O Carduni Petit Verdot Sicília IGT é elaborado com uvas cultivadas em Pianetto, — Santa Cristina Gela — Palermo —Sicília, na Itália. Traduzindo: um terroir excepcional para a produção de uvas tintas de ciclo tardio

Aqui temos um vinho tinto que, embora seja marcante, seus taninos possuem textura sedosa devido aos 18 meses de maturação em barricas de carvalho francês. a sua acidez viva proporciona grande versatilidade no ato da degustação. Em relação à harmonização, escolha queijos mais amarelos e duros. Será uma experiência intensa e inesquecível. 

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Penedo Borges Alto Agrelo Gran Reserva Blend

Agrelo é o local ideal para o cultivo de diversas castas, principalmente as tintas. Esta microrregião, localizada em Mendoza, Argentina se diferencia pelas diversas camadas de aromas que seus vinhos apresentam. O Penedo Borges Alto Agrelo Gran Reserva Blend é composto de 40% Malbec, 30% Syrah, 15% Cabernet Sauvignon, 10% Cabernet Franc e finalizado com 5% Petit Verdot.

Este é outro exemplar que demonstra que barricas de carvalho, quando bem manejadas, podem resultar em vinhos únicos, densos e complexos, maturando entre 18 e 24 meses. Aqui vale arriscar em pratos de textura mais cremosa como escondidinho de carne seca. 

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Ao longo de nossa "conversa" percebemos que a Petit Verdot é uma variedade quase que desconhecida e muitas vezes incompreendida. Hoje, pesquisas e viticultores comprovam que se soubermos controlá-la e escolher um local ideal para seu cultivo o resultado não será menos que INCRÍVEL.

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Gostou do nosso post? E que tal aproveitar que está por aqui e saber mais sobre outros tipos de uva? Leia o nosso post agora mesmo e descubra muitas curiosidades. 




Por
04/07/2019

Enólogo, Sommelier e Embaixador da Marca.


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