Portugal é um dos menores países da Europa, mas, mesmo em um pequeno território, é um dos mais importantes produtores de uvas e vinhos do mundo.
Os portugueses são conhecidos mundialmente pelos seus vinhos tradicionais e por cultivar mais de 250 tipos de uvas nativas, algo que traz muita personalidade aos rótulos lusitanos. Além de abastecer o mercado interno, os vinhos portugueses são muito apreciados no mundo todo, inclusive aqui no Brasil.
Além das variações clássicas de vinhos tintos e brancos, Portugal é um país conhecido por produzir um dos vinhos mais famosos e autênticos do mundo, o Vinho do Porto, mas ele não é a única peculiaridade dos vinhos portugueses.
Os vinhedos de Portugal escondem fatos e histórias curiosas sobre suas produções. Você verá abaixo 5 curiosidade sobre os vinhos portugueses que todo amante de vinhos precisa saber.
1. As histórias se misturam
A origem das primeiras vinhas no território português remonta à Antiguidade Clássica, quando a região sofreu influência de povos da Fenícia, Grécia e do Império Romano. Foi durante a era de domínio sobre todo o mar Mediterrâneo que os romanos iniciaram o cultivo organizado dos vinhedos em Portugal. A região da foz do Rio Tejo foi a primeira a receber as plantações, sendo que os registros mais antigos datam do século II a.C.
Durante muito tempo o cultivo das uvas foi fundamental na Lusitânia, mas o fim do domínio romano marcou também a derrocada das uvas em Portugal. As invasões bárbaras durante os anos 400 d.C. e o domínio dos árabes a partir dos anos 700 d.C. foram duros golpes na produção de vinhos portugueses.
A produção só foi retomada conforme o Cristianismo avançou pela Europa e se tornou religião dominante no continente. O uso de vinho no ritual da eucaristia reacendeu o cultivo da uva em quase todos os países cristãos.
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2. As particularidades do Vinho Verde
O Vinho Verde é uma bebida leve, de baixo teor alcoólico, acidez acentuada e ligeiramente gasoso. Apesar do nome, o vinho não possui uma coloração verde intensa. Ele pode ser tinto, branco ou rosé. O nome dessa bebida não vem da cor em si, mas de uma homenagem a uma determinada região portuguesa localizada entre os rios Douro e Minho, muito conhecida por ser bela e verdejante. Atualmente os Vinhos Verdes são produzidos em um território demarcado no noroeste do país.
O controle de sua elaboração é tão restrito que existe uma comissão responsável por avaliar a produção. Toda garrafa produzida por lá carrega consigo um selo de garantia que atesta que aquele vinho foi produzido na Região dos Vinhos Verdes. A região corresponde a 65 mil hectares de plantação (20% do total português) e possuí um sistema muito tradicional, em que se planta a videira próxima a árvores, deixando que elas cresçam livremente e se atrelando aos troncos das mesmas.
3. A chegada dos vinhos portugueses no Brasil
Quando as grandes navegações começaram no século XVI, a cultura de cultivo das uvas e produção dos vinhos já estava totalmente estabelecida em Portugal, e por essa razão, o vinho era tão ou mais consumido do que a própria água nas embarcações que deixavam os portos lusitanos.
Sempre que um navio saía em busca de novas terras para explorar, os portugueses estocavam grandes quantidades de vinhos no porão. A bebida ficava em pipas de madeira com cerca de 500 litros, já que naquela época os vinhos ainda não eram engarrafados. Esses vinhos eram muito utilizados para que os membros da igreja pudessem rezar missas e catequizar os povos colonizados.
O primeiro vinho a desembarcar no Brasil veio do Alentejo e era chamado de Pera Manca. Já em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, desembarcaram muitos outros rótulos de vinhos portugueses. Daí em diante, o consumo do vinho aumentou consideravelmente entre a população brasileira.
Hoje em dia o maior consumo de vinhos de Portugal é feito na América do Norte, em seguida vem o Brasil. Isso nos mostra que mesmo com o passar do tempo, esses rótulos continuam fazendo muito sucesso em terras brasileiras.
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4. O Vinho do Porto e a região do Douro
A região do Douro é considerada a mais famosa de Portugal. Dona de belas paisagens banhadas pelo rio de mesmo nome, a região é considerada um patrimônio da humanidade pela Unesco. A cultura dos vinhos é feita na região há mais de 2 milênios e é de lá que saiu o famoso Vinho do Porto. Apesar de não ser a única produtora, a região do Alto Douro é responsável por 47% da produção deste vinho no país.
As cidades de Régua e Pinhão são conhecidas como os dois pólos principais de produção do Vinho do Porto. Diferente dos demais vinhos, esta variação é feita a partir de uma fermentação incompleta do mosto de uvas, que sofre a adição de uma aguardente vínica neutra.
O resultado é um líquido mais doce, viscoso e alcoólico. Existem três variações mais comuns de Vinho do Porto, que são Tawny, Rubi e Branco, mas existem outros mais primorosos como os Reservas, Vintage e os Late Bottled Vintage.
5. O Alentejo e suas castas
Apesar da Região dos Vinhos Verdes e da Região do Douro serem grandes produtoras de vinhos, ambas se caracterizam mais pelas bebidas mais "autênticas" do que pela produção das variações mais tradicionais de vinho.
A grande área responsável pelos vinhos "clássicos" é Região do Alentejo. Conforme o nome já explica, a região fica abaixo do rio Tejo (principal curso d'água português que corta o país de leste a oeste) e engloba os distritos de Portoalegre, Évora, Beja e partes dos distritos de Setúbal e Santarém. Trata-se da maior região de Portugal, que concentra mais de 22 mil hectares de vinhas plantadas e é nessas terras que se concentra o maior número de castas nativas do mundo.
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Portugal é marcado pelas suas espécies de uvas nativas que só podem ser encontradas lá. Essa característica faz com que os vinhos portugueses possuam sabor e aromas únicos.
As principais castas Alentejanas são as tintas:
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Aragonez;
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Trincadeira;
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Castelão;
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Alicante Bouschet;
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Alfrocheiro;
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Touriga Nacional;
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Syrah;
Dentre as brancas, as mais cultivadas são Antão Vaz, Arinto, Roupeiro e Fernão Pires.
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