Para conhecer bem alguém, é preciso entender bem a sua história e conhecer as suas origens. Quem diria que alguém que nasceu no Brasil, não entenderia de futebol, mas gostaria de conhecer lugares onde nasce a uva e onde se transforma essa uva em vinhos e espumantes? Bom acontece, que essa pessoa, sou eu. Nasci no sul do Brasil, em Bento Gonçalves, no meio de vinhedos e como reza a lenda, já tinha espumante na minha mamadeira.
A vida toda ouvi que o espumante era a bebida mais fácil de apreciar, que era muito elegante e muito trabalhosa para elaborar. Pois bem, como todo mundo comecei pelo mais fácil, bebendo. Aprendi a gostar dessa forma mesmo, nada de degustar ou de procurar aromas e entender a sua complexidade.
Com o passar do tempo, comecei a me questionar de onde vinha o famoso espumante, quem eram os seus pais, afinal, o que é que tem em Champagne?
Minha curiosidade só aumentou quando assisti no Netflix um documentário sobre a região francesa de Champagne “Um ano em Champagne”. Afinal, eu nunca havia explorado uma região vitivinícola que não fosse o “jardim de casa” ou seja, o Vale dos Vinhedos.
Este documentário me deu a segurança de ir para lá, pois além de ser uma região histórica, quem bebe champagne só pode ser muito feliz. Como disse o produtor Herves Savés: " Mas então você quis começar pelo rei dos reis". E sim, digo que fui muito feliz na minha escolha, onde fui muito bem acolhida, além de conhecer uma região fantástica e com pessoas incríveis. Como disse Sir Winston Churchill "o champagne deve ser o prazer cotidiano daqueles que sabem o verdadeiro significado da vida". Então, acho que acertei em cheio!
Primeiro vamos falar um pouco das nomenclaturas!
Nomenclaturas encontradas nos rótulos e na nossa história
- Blanc de Blancs: Feitos exclusivamente com as uvas Chardonnay;
- Blanc de Noir: Feito exclusivamente com uvas de casca tinta, como a Pinot Noir;
- Cuvée: É um blend, um corte ou assemblage - que é o caso da maioria dos champagnes - ou seja, usa-se vários tipos de uvas;
- Non Vintage: Champagne feito com vinhos de mais de um ano;
- Réserve: Usado para simbolizar o vinho que será utilizado nos blends com anos mais novo;
- Vintage: Champagne feito com uvas de uma única safra;
- Grand Cru: Território de prestígio com leis especificadas.
Um pouco de história
Entre 898 e 1825, os reis de França foram sempre coroados na fabulosa Catedral Notre Dame de Reims, localizada no coração da região de Champagne. Durante as comemorações, o vinho de Champagne era servido generosamente. Do século XII em diante, o renome do champagne cresceu enormemente, sendo a bebida escolhida pelos ricos e poderosos e ganhou popularidade por ser o vinho das comemorações.
A Catedral por sua vez, além de ter recebido inúmeros reis e membros da realeza, foi cenário para histórias de Joana D’Arc e episódios da primeira e segunda guerra. Reparada diversas vezes, ela foi recentemente reinaugurada com seus vitrais restaurados, sua magnitude encanta a todos. Patrimônio Mundial da Unesco desde 1991 é considera uma jóia da arte gótica.
Champagne Trip
O primeiro dia foi chegando em Reims (fala-se Rãns), que fica em torno de 45 minutos de TGV, partindo de Paris, mais precisamente 145km de distância da capital francesa. O hotel era na região central próximo de bares e restaurantes locais e da Catedral de Notre Dame.
No mesmo dia encontrei o Carl Edmund Sheerman, embaixador da região de Champagne que gentilmente me levou conhecer ótimas pessoas e produtores também. Nosso primeiro destino seria Bouzy (fala-se Bôzi - com biquinho), no caminho, paisagens lindas de tirar o fôlego. Agora é outono e os vinhedos mais parecem uma colcha de retalhos em verde, laranja, amarelo e vermelho. Uma paradinha no meio do caminho, para provar algumas uvinhas de Chardonnay que não haviam maturado há tempo de sua colheita mas que agora estavam ótimas para um lanchinho da tarde.
Safra 2016
Este ano não foi um ano de safra complicada somente para o Brasil. A região de Champagne teve esse ano uma de suas mais árduas colheitas. As desuniformes condições climáticas deste ano fizeram com que os produtores tivessem uma brusca redução de uvas colhidas. Nos anos anteriores eram colhidos em torno de 10.000kg/ha este ano foi em torno de 8.000kg/ha. Mas não temos o que temer, os champagnes mais tradicionais misturam o resultado de um ano com safras passadas (vinho reserva) para ter sempre uma quantidade disponível e manter os estoques em dia.
Bouzy
Chegamos na comuna de Bouzy, pequena e acolhedora, onde praticamente cada casa possui um produtor. As opções eram diversas, mas nem todos eles estão abertos para receber turistas. Não por falta de vontade, mas por falta de estrutura turística, exigida por lei. Muitos destes produtores existem há décadas e sua grande preocupação foi na produção e elaboração de champagnes e não necessariamente no enoturismo como em outras regiões. No mesmo dia conheci Susan Adda, uma americana que se apaixonou pela região e gentilmente me apresentou para dois produtores.
Estamos aqui ao sudoeste da Montagne de Reims e todos os vinhedos são classificado como Grand Cru (sou seja, vinhedos controlados para ter uma qualidade altíssima).
Barnaut – Champagnes & Coteaux Champenois
Em 1874 (um ano antes da imigração dos italianos no Brasil) Edmond Barnaut casou-se com Appoline Godmé-Barancourt que vinha de uma família de produtores de vinho e uva de longa data, após sua união criou sua própria marca de champagne, a Barnaut (fala-se Barnô). Suas práticas são aplicadas ainda nos dias de hoje aliadas ao conhecimento e técnicas modernas. Atualmente a vinícola pertence a Philip Secondé, apaixonado por vinhedos e vinho tem como seu principal desafio expressar a diversidade do terroir e sua capacidade de desenvolvimento.
É possível notar a o esforço e desempenho da enologia e viticultura através dos champagnes elaborado com uvas que vem de vinhedos históricos com mais 46 anos. Com vinhas históricas, a modernidade é apresentada quando me deparo com um grande orgulho da casa – A Prensa. Não somente a casa Barnaut exibe a prensa utilizada no século passado como prova de sua trajetória, mas também apresenta com entusiasmo a nova prensa. Uma das maiores da região, é um símbolo de como usar a tecnologia a favor da tradição.
Depois de um breve tour conhecendo estes vinhedos históricos de Pinot Noir e um pouco das instalações, chegou a hora da degustação!
Com um perfil bem delicado, os champagnes da Barnaut representam frescor, leveza e jovialidade. Como brincamos no próprio dia, é o tipo de champagne que se pode apreciar até mesmo no café da manhã. A região de Bouzy é famosa por ter 2/3 da plantação de Pinot Noir e 1/3 de Chardonnay. As plantações são principalmente voltadas ao sul o que faz com que a PN tenha uma certa desenvoltura a mais.
Em 2016, a Barnaut recebeu o prêmio de Meilleur Vigneron de Champagne no ''The Champagne & Sparkling Wine World Championship". Eles elaboram sete cuvées de Champagne, onde seis desses são Grand Cru e dois vinhos Coteaux Champenois, o famoso Bouzy Tinto e o único Bouzy Rosé.
Camille Savés – Grand Cru e Premier Cru
A poucas quadras, encontramos uma outra vinícola Camille Savés, onde também, logo em frente exibiam sua prensa histórica. Gentilmente Hervé Saves, da 11ª geração da família, nos recepcionou em sua propriedade. Seu jeito espontâneo e apaixonado fez com que a diferença de línguas fosse um mero detalhe. Seu entusiasmo em falar e explicar sobre a produção e a evolução da empresa me fez logo me fez lembrar do meu pai, que tantas vezes recebeu pessoas de todo o mundo, mesmo falando somente português e com um baita sotaque italiano. Hervé nos levou para conhecer toda a estrutura, pequena em comparação aos grandes produtores, mas muito moderna, possui controle de temperatura em todo o prédio, não somente nas caves como em muitos locais. Na sala de tanques, ele nos mostrou também as bases de champagne, ainda durante a primeira fermentação a cremosidade percebida numa bicadinha de leve, foi uma surpresa muito feliz. A partir deste momento, tive a certeza de que algo muito especial ia vir mais adiante.
Desde o final do século XIX a família Saves se dedica inteiramente ao cultivo das vinhas e da elaboração de Champagne. A casa foi fundada em 1894 por Eugene Saves que se casou com Anais Jolicoeur, filha de um produtor de vinhedos em Bouzy. Seus sucessores, Louis, Camille e agora Herves e seu filho tem administrado a empresa até os dias de hoje.
Particularmente nessa vinícola eles não utilizam fermentação malolática – usada para balancear a acidez e dar mais cremosidade ao vinho - em nenhum de seus champagnes. Assim eles justificam a vivacidade encontrada em seus produtos. Aliados, claro, ao trabalho meticuloso feito no campo. Seus vinhedos são em Bouzy, Tours sur Marne, Ambonnay e Tauxieres.
Diferentemente da primeira experiência, os champagnes desta vinícola tem um perfil mais marcante. Mais robustos e expressivos, são perfeitos para harmonizações. Destaco em particular o champagne elaborado em homenagem a esposa do fundador, Anais Jolicouer é uma dessas experiências difíceis de explicar, mas inesquecíveis com certeza. Sua estrutura e complexidade vem de uvas colhidas apenas em anos excepcionais. Com passagem por barricas de carvalho, é feito 90% com Pinot Noir e 10% de Chardonnay. Peguei uma pra mim ☺
A casa também conta com uma pequena pousada para quem quiser visitar e se hospedar é uma boa opção!
Verzy
Verzy é próxima de Bouzy e também tem vários pequenos produtores. Nesse dia fui um pouco mais tarde, mas mesmo assim consegui visitar dois produtos com características bem peculiares. Verzy faz parte da comuna de Marne e também possui vinhedos que são 100% Grand Cru.
La Belle de Juillet – Grand Cru
Classificados como Grand Cru, esta vinícola apresenta diversas peculiaridades. A primeira e mais notável distinção é a paixão de Jean Lallement por madeira. Com barricas artesanais feitas com madeira das Floresta Domaine de Verzy, podemos brincar em dizer que aqui encontramos um champagne que é 200% Grand Cru, pois até a origem da barrica tem denominação de origem. Essa paixão toda resulta em champagnes que eles mesmo denominam como gourmet, considerados de alta gama, são elaborados especialmente para acompanhar pratos.
Todos os cuvées passam por esse envelhecimento, onde curiosamente, suas barricas possuem uma espécie de válvula que controla a oxigenação dos vinhos, depois de maturados em barrica serão usados para fazer o champagne. Outro ponto distinto é que eles usam uvas provenientes de dois terroirs, são esses: Verzy e Sillery.
A família Juillet habita a mesma casa a mais de 100 anos, onde são realizados jantares e degustações e honrosamente eles me convidaram para apreciar seus champagnes. Os aromas generosos e a ampla presença em boca marcam bem esses Grand Crus caracterizando-os perfeitos para acompanhamento, inclusive para pratos mais condimentados.
Marne
Chegamos bem no fim do dia, um dos presentes foi o lindo pôr do sol esquentando os vinhedos, vale muito alugar um carro e fazer o caminho de Champagne, as paisagens são de tirar o fôlego além de trazer um aconchego inexplicável.
Tristan H – Champagne de vigneron créateur
O envolvimento da família diretamente com o vinhedo aqui é fundamental, Tristan acompanha o trabalho da família desde sempre. Seu pai foi o responsável por plantar os primeiros vinhedos de Chardonnay na região de Cote de Blanc. Hoje cada parcela de vinhedo que é colhida é vinificada separadamente para que se tenha um controle absoluto e uma infinita possibilidade de alquimias para se realizar de acordo com o que cada ano e cada vinhedo pode oferecer. Por isso ele possui diversos tanques pequenos, onde ele pode controlar perfeitamente cada um dos vinhos.
Um show à parte, os cuvées elaborados pela Tristan H não tem nada de triste. Extremamente elegantes, com ótima estrutura e delicadeza ele faz uma verdadeira sinfonia de sabores e aromas. O próprio Tristan fez a gentileza de engarrafar dois de seus lançamentos exclusivamente para mim. As 21:00 estávamos nós, dentro da fábrica ligando as máquinas para rotular os dois champagnes que eu trouxe com todo cuidado para o Brasil. Uma experiência inesquecível, sem sombra de dúvidas.
Pommery
Pommery ( fala-se pomerri) é uma das grandes maisons de champagne que fica localizada em Reims, sua estrutura é gigantesca e a história da vinícola é fascinante.
O jardim inicialmente já surpreende, no meio uma árvore inflável completamente maluca, e daí já percebo que vai ter algo a mais do que uma cave repleta de garrafas de esperando. Acontece que a Madame Pommery desde o início sempre teve muito apreço pelas belas artes e essa tradição se mantém presente até os dias de hoje. A vinícola além de abrigar seus champagnes, serve como uma galeria de arte, onde no momento em que visitei está exibindo a instalação Gigantesque! Muito engraçado, pois como o próprio nome diz, tudo tem uma proporção muito além do que realmente é. Eu que já não sou a maior pessoa do mundo com meus 1,57m, consegui me sentir ainda menor. Mas foi no mínimo hilário.
O início da visitação é em uma escadaria completamente iluminada com luzes dançantes, a sensação é de um mundo surreal, um pouco como Alice no País das Maravilhas (literalmente).
A cave com 60 metro de profundidade é uma das mais profundas, além de ser uma das mais antigas. Cada canto da cave tem uma surpresa, champagnes super antigos com mais de 10 anos, ou telões com imagens de corujas gigantes e peixes que dão a sensação de nadar entre um corredor e outro. Muito louco! Para quem gosta de um plus, com certeza é o local ideal. Entre obras inusitadas, há também imagens clássicas que retratam as festas realizadas por Baco (Bacchus) e Selene, os deuses do vinho. Vale a pena visitar, a estrutura é muito interessante, além do valor histórico.
Armand de Brignac
O dia que passei com a Armand de Brignac (fala-se Armand de Brinhac) foi especial do início ao fim. Devido a nossa parceria e o posicionamento da marca, a visita e o tratamento obviamente foi um pouco diferente. Mas vou contar tudo sem deixar os detalhes de lado.
A visita começa na casa da família Cattier, para que não sabe a vinícola é a responsável pelos champagnes da Armand de Brignac, que atualmente tem a marca sob os cuidados do rapper e empresário Jay Z. (estou há menos de um passo da Beyonce hahaha).
Bom, a visita começou quando eu e o embaixador da marca na Claudio Martis fomos levados até a Maison Cattier, localizada na comuna de Chigny Les Roses onde fui apresentada para o diretor comercial Philippe, Pierre o embaixador da marca e um dos enólogos, Emile.
Curiosidade – segundo o Pierre, Chigny les Roses era conhecida como Chigny des Montagne, mas a Madame Pommery que tinha uma casa no alto de uma montanha resolveu “embelezar” o lugar (como se precisasse) e resolveu criar um imenso jardim de rosas, e assim o lugar foi rebatizado para Chigny les Roses. Estamos hoje no norte de Montagne de Reims e ao sul de Reims no departamento de Marne.
Pierre levou eu e Claudio para conhecer as caves da vinícola. Zeladas pela casa da família Cattier que mora na mesma há mais de 11 gerações as caves tem um grande valor histórico. Há mais de 30 metros subterrâneos as caves da maison Cattier abrigam raridades para o mundo, como as garrafas limitadas de safras antes da segunda guerra. A Cattier é uma das poucas vinícolas que sobreviveu sem nenhum ataque e conseguiu salvar algumas garrafas da época. As marcas de fumaça nas paredes da cave são registros da época em que além de abrigar as garrafas, os locais subterrâneos serviam como bunkers para proteger as famílias e salvar refugiados da guerra. As velas que queimaram para oferecer luz a estas pessoas deixaram suas marcas e assim podemos viajar um pouco no tempo.
Mais adiante, perto de uma pilha de garrafas um coração no muro me chama a atenção, segundo Pierre, encontraram essa pedra de 1682 durante as escavações da cave, um símbolo de amor ou de homenagem a alguém que fez a diferença para outro alguém. A cave da Cattier assim como todas as outras foi escavada no calcário, o solo típico da região.
Os champagnes da Armand de Brignac ficam em locais diferentes, separados por um portão de ferro lindo que eu tive o prazer de abrir. Uma bela surpresa me esperava, uma cave linda inteiramente dourada pelo reflexo das garrafas. A sensação é de estar entrando em Eldorado, onde tudo que reflete é ouro. A beleza dessa cave é de uma magnitude sem explicação.
Tudo começou em 2000 quando Jean Jaques Cattier idealizou um champagne que fosse a supremacia do luxo. A excelência aqui não é opcional, é uma marca registrada, desde o cuidado com o vinhedo, seleção de uvas e cuidados nos blends, tudo é meticulosamente acompanhado pelo próprio Jean Jaques e seu filho Alexandre. O design da garrafa é sem dúvidas um destaque nesse champagne. Nos anos 90 uma marca de alta costura francesa chamada André Courrèges utilizava as garrafas cromadas, a Armand de Brignac surge então como uma releitura deste produto áureo. Cada cor corresponde a um tipo específico de cuvée. A marca em si foi criada por Nelly Cattier nos anos 50 para essa pequena boutique parisiense. Inspirada em um livro que ela havia lido onde o personagem principal se chamava Mr. De Brignac, Jean Jaque ressuscita a marca e presta homenagem a sua mãe Nelly que se doou por toda vida ao crescimento e desenvolvimento da vinícola. 2010 foi o ano de consagração da enologia, e a garrafa dourada de Armand de Brignac foi considerada o melhor champagne do mundo na degustação organizada para a revista internacional Fine Champagne, onde competiram grandes cuvées prestigiados sob a análise e avaliação de um júri composto de masters of wine, além de experts e enólogos.
Logos após conhecer as caves, já estava claro com água na boca, e fui gentilmente convidada pela Armand de Brignac para um almoço nada básico harmonizado. Vou contar um pouco melhor das experiências gastronômicas logo em seguida.
Experiências Gastronômicas
Quem busca uma opção mais refinada, há a mansão Les Crayères, onde tive o prazer que apreciar um almoço harmonizado com os champagnes da Armand de Brignac. O restaurante, propriamente dito se chama Le Parc e já recebeu duas estrelas Michelin.
O lugar é tipicamente francês, muito rebuscado e majestoso, porém muito aconchegante. Ao lado da sala principal um jardim de inverno nos esperava para o café da tarde. O chef atual Philippe Mille que ganhou estrela Michelin em 2011 é o responsável por assinar o menu.
Também não só de luxos se vive na França, um pequeno bar Joseph, bar a manger na frente da catedral foi uma bela descoberta. Com uma lista excelente de champagnes que incluía vinhos de ótimo renome também tivemos ótimos momentos, cheios de risadas e muito sabor, só pra variar. Aqui fizemos uma típica noite de tapas franceses, que contou com queijos, escargots, presuntos e outras delícias que só os franceses têm o dom de criar e apreciar.
Um dos lugares mais legais que posso recomendar é o bar Tresor de Champagne. Primeiramente é um clube de 28 produtores artesanais de champagne que devem seguir algumas regras como respeito ao seu terroir e métodos diferenciados de vinificação. Com essa ideia, montaram também um bar muito elegante, simpático e também didático. Com um teto que mais parecia um céu de garrafas, algumas dessas luminárias eram numeradas, suspensas por uma corda ao puxar algumas dessas é possível ler e aprender um pouco sobre cada microrregião. No chão um desenho do mapa da região de Champagne todo enumerado para mostrar onde é cada lugar. As prateleiras com os mesmos números então apresentam os produtos de cada local. Por coincidência no mesmo dia encontramos um produtor que gentilmente nos apresentou seu champagne. Outra vez estava a degustar estrelas! Ótima experiência, vale muito a pena conhecer.
Para quem quer um lugar mais contemporâneo e moderninho, indico o Bouillon des Halles. Chic porém com uma atmosfera mais cool os pratos têm aquele "Q" de comida francesa no sabor mas apresentam releituras bem interessantes, como os escargots feitos ao molho com tomatinhos. A carta de champagnes também é legal mas um pouco menor.
Resumo
Um destino sensacional para quem ama espumantes em geral, recomendo muito a visita nem que seja apenas por 1 ou 2 dias em Reims. As pessoas são extremamente educadas e gentis, praticamente todos os lugares tem boa gastronomia e rótulos fantásticos, para os apreciadores de grandes e pequenos produtores. Uma experiência muito marcante para mim e que eu jamais esquecerei. Assim que possível, voltarei com certeza, mas acho que ainda há outras terras para conhecer.
Ficou com alguma dúvida? Quer saber mais sobre alguma coisa? Não tem problema. Entre em contato com a gente e será um prazer ajudar!