É provável que você já tenha ouvido falar da uva Pinot Noir, ou pelo menos tenha visto os vinhos e espumantes provenientes dela nas prateleiras.
Sem dúvida, esta é uma cepa com características bastante peculiares. Isso também a torna uma das mais interessantes para aprender e degustar, pois além de compor vinhos, a Pinot Noir é uma das principais uvas na fabricação de champagnes e espumantes.
Está curioso para saber mais sobre a uva Pinot Noir? Então, acompanhe o artigo!
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Quais são as principais características da uva Pinot Noir?
A uva Pinot Noir é uma das mais tradicionais da França, sendo considerada por muitos a mais elegante. É uma uva bastante sensível às alterações de clima e de solo, podendo apresentar grandes variações entre safras e terroirs (solos e microclimas) diferentes.
A Pinot Noir também é famosa pela casca fina, que contribui para sabores mais delicados e uma coloração vermelha menos intensa. Seus aromas mais comuns são amora, cereja, framboesa, especiarias, flores e ervas. Em idade mais avançada, também apresenta toques animais, couro e cogumelos secos.
De qualquer forma, não é fácil definir um sabor típico de Pinot Noir. Afinal, esta é uma cepa que depende bastante do terroir do qual foi cultivada.
Uma uva especial
Entre todas as uvas tintas, a Pinot Noir é a mais delicada e complexa, sendo bastante vulnerável a apodrecimento e mofo durante o cultivo. Cultivá-la fora da Borgonha, sua terra natal, é uma verdadeira arte que exige muito conhecimento e técnica.
Além disso, são necessários cuidados extremos no processo de vinificação (fermentação com temperatura controlada, uso de métodos delicados de filtração ou clareamento e cuidados higiênicos rigorosos).
As melhores uvas Pinot Noir são resultado de uma baixa produtividade por hectare, quando as podas reduzem o número de cachos por parreira, acentuando o sabor.
Essa dificuldade no cultivo e vinificação torna a Pinot Noir uma cepa especial para saborear. A uva Pinot Noir é considerada o contraponto da Cabernet Sauvignon. Enquanto a Cabernet produz vinhos encorpados com muita intensidade, a Pinot Noir produz tintos mais leves e com mais aromas.
Ah, e uma curiosidade: você sabia que a uva Pinot Noir é uma das mais antigas do mundo? Ela é cerca de mil anos mais antiga que a Cabernet Sauvignon.
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Pinot Noir em vinhos
A Pinot Noir é responsável por vinhos lendários, como o “La Romanée-Conti”. Em climas frios, a uva tende a ganhar mais aromas e mais acidez. Já nos climas quentes, costuma gerar vinhos flácidos (sem acidez, o que se reflete em menos aroma e sabor).
O padrão para os vinhos Pinot Noir foi estabelecido em sua terra natal: a região de Côte de Nuits, na Borgonha. Esses vinhos são tintos de textura suave e corpo médio a cheio.
Contudo, o Novo Mundo também sabe produzir excelentes vinhos a partir dessa uva. Em países como Chile, Nova Zelândia, Austrália, EUA e Brasil, eles costumam ser mais maduros, variando de medianos a encorpados, com grande sabor e boa persistência no palato.
Salvo raras exceções, os vinhos de Pinot Noir não são muito longevos. Atingem sua maturidade em torno de 8 a 10 anos e permanecem no auge por pouco tempo.
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Pinot Noir em espumantes
A fama da Pinot Noir não vem apenas da produção de vinhos. Ela também é a base de champagnes e espumantes, sendo plantada na região de Champagne desde o século XV.
Alegando que as uvas brancas tinham uma tendência latente à refermentação, Dom Pérignon utilizava apenas uva Pinot Noir. Ainda assim, o vinho produzido tinha muita instabilidade. A fermentação era interrompida no início do frio e recomeçava no calor.
Dom Pérignon acreditava que os vinhos perdiam os aromas quando guardados em barris de carvalho e, por isso, os guardava direto nas garrafas. Assim, quando a segunda fermentação acontecia, o dióxido de carbono ficava retido na garrafa. Foi dessa forma que nasceu o Champagne feito somente de Pinot Noir.
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Método Champenoise
Também chamado de método Tradicional ou Clássico, o Champenoise é utilizado para a produção de espumantes, sendo uma alternativa ao método Charmat (largamente utilizado nos dias atuais).
Por ser mais delicado e artesanal, o método Champenoise é reconhecido pela qualidade, resultando em espumantes com perlage (borbulhas) fina, complexidade gustativa e evolução nos aromas.
Enquanto o Charmat passa por duas fermentações em tanque (chamado de autoclave), o Champenoise passa pela segunda fermentação em garrafa.
Durante 2 meses, as leveduras transformam o açúcar em álcool, liberando gás carbônico e dando origem à perlage do espumante. Depois, o espumante passa por um processo de descanso e envelhecimento por até 36 meses em caves subterrâneas, sendo finalizado com a remoção das impurezas.
Dica: -> Leia também: Afinal, o que é que tem em Champagne?
Quais são as principais regiões de cultivo?
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França, Borgonha (Côte de Nuits) — É a origem dos vinhos Pinot Noir mais famosos. Para revelar todos seus nuances de aromas e sabores, estes vinhos precisam de tempo.
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França, Borgonha (Côte de Beaune) — Apresenta vinhos elegantes e delicados. São menos complexos, precisando de menos tempo para evoluir.
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França, Champagne — Por lá, a Pinot Noir domina sobre a Chardonnay e Meunier, sendo responsável por 35% da área plantada.
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Nova Zelândia — Considerada por muitos como a segunda melhor alternativa, logo após a Borgonha. As uvas Pinot Noir da Ilha Sul costumam ser melhores, principalmente nas regiões de Canterbury e Marlborough.
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Estados Unidos — Produz vinhos com aromas de framboesa e cereja e toques de carvalho francês. Destaques para a Califórnia e a região de Oregon.
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Alemanha — Apesar da produção limitada de tintos, o país tem a Pinot Noir como uma de suas principais uvas.
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Chile — É destaque na América do Sul, com produtos de Pinot Noir cada vez mais disputados. Destaque para o Vale de San Antonio.
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Brasil — Ganha cada mais respeito mundial na produção de Pinot Noir. Destaque para a serra gaúcha, que produz as melhores uvas Pinot Noir do país, dando origem a excelentes espumantes. Atualmente, o Brasil é considerado um dos quatro melhores produtores de espumantes do mundo, tanto pelo método Champenoise quanto pelo método Charmat.
Como harmonizar a uva Pinot Noir?
Harmonizar a uva Pinot Noir não é tão complicado. Ela combina muito bem com pratos da comida francesa, como presunto cozido, coelho com mostarda e Boeuf (carne cozida lentamente com legumes no vinho). Porém, também acompanha pratos simples, como vegetais cozidos, risotos, carne assada, atum ou salmão.
Para quem gosta de queijos, o ideal é optar pelos de massa mole. O comté é a combinação ideal. Além disso, a Pinot Noir é uma ótima opção para aqueles jantares em restaurantes em que cada amigo pede um prato diferente.
Se você quiser conhecer ainda mais sobre a uva Pinot Noir, vale a pena assistir ao filme "Sideways, Entre Essas e Outras", do diretor Alexander Payne. A trama traz os vinhos Pinot Noir como protagonistas.
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